Eu pensei isso quando eu vi a ‘Fritada’ especial para a despedida do Murilo Couto do programa ‘The Noite’.
Os comediantes, mesmo com todos os anos de experiência e mega profissionais, estavam todos lá com seus papeizinhos de anotações.
Daí pensei: Esse momento deve ser importante para eles.
Eu costumo escrever sobre as coisas importantes. Desde a lista do supermercado, até as ideias que me rondam à cabeça.
Tudo o que eu não posso esquecer, eu anoto. Sejam as tarefas, sejam os pensamentos.
Sabe aquela ideia que você não quer mesmo que te fuja? Imagine a tragédia que seria perder aquilo que você refletiu, conscientizou e quer levar para a prática… Deixar assim escapar por entre os dedos…
Coisas importantes têm de estar por escrito.
É por isso que existe o contrato de casamento, o de compra e venda de um imóvel, uma certidão de nascimento. A escrita, não só garante que não nos esqueçamos de algo realmente valioso, como também fortalece o que, antes disso, eram só palavras ao vento.
Não quero aqui falar em acordos, processos… os tratos que as pessoas precisam necessariamente de um documento pela falta de confiança. Não. Este texto é para ser romântico.
(Embora a escrita venha bem a calhar quando o assunto é falta de palavra.)
Vamos voltar à importância daquilo que é escrito.
O ato de passar para o papel (ou uma página do Word) mostra que aquilo é valioso. Num tempo em que escrever tem de passar pelos obstáculos da ausência de organização de ideias, da falta de vontade de exprimir algo em palavras e da invasão dos novos símbolos de cavernas convertidos em emojis fofinhos, só mesmo sendo algo muito valioso para ser transformado em palavras. Que depois serão frases e textos e muitas coisas mais.
Tudo o que é importante se escreve. Tudo que se escreve, no final é para ser lido. É para ser visto seja por quem for.
Tudo o que é importante é para ser lido, lembrado, guardado.
Tudo aquilo que pode me escapar da memória, eu seguro na escrita.
Foto: Yannick Pulver, Unsplash