Eu estou falando de pessoas reais…
Pessoas que trabalham,
que fazem planos para a próxima segunda-feira,
para o próximo ano, para o próximo emprego…
Eu estou falando de pessoas que ouvem a música preferida no volume máximo,
que sentem falta do silêncio,
que convidam um desconhecido para dançar.
Eu estou falando daquelas que insistem na mesma piada,
daquelas que guardam segredos,
daquelas que se arriscam num verso.
Pessoas reais, apenas.
Que sabem o gosto da chuva e da lágrima
que enfrentam batalhas particulares.
São essas, as pessoas das quais encontramos todos os dias e não vemos.
São essas, as pessoas das quais esbarramos e pedimos desculpas,
mas não reconhecemos sua voz e sua feição.
São essas, das quais não enxergamos as dúvidas,
nem os sonhos, nem os prazeres;
muito menos se elas são, para nós, tudo o que se precisa.
Dentre essas pessoas reais, comuns, que atravessam nossa rotina,
existe aquela que balança nosso plano,
que atrasa nossa concentração,
que nos ultrapassa em via única.
Essa pessoa é notada através de uma fórmula simples,
através de um método bem claro,
mas que ninguém consegue explicar.
Essa sim, segura nossa mão em uma quarta-feira fria e traz calma,
ela consegue ser tudo o que ninguém pode ser,
ela retira um sorriso e carrega o medo.
E por mais que se procure durante toda a vida,
ela chegará no momento certo
e nos fará esquecer tudo o que antes parecia ser prioridade,
pois ela tem o gosto do novo, do belo, do indispensável.
Sim… eu estou falando de uma pessoa real. E especial.