Oportunidades, oportunidades, oportunidades! Não se fala em outra coisa nessa vida.
Desde crianças, ouvimos de nossos professores e pais sobre a necessidade de aproveitar as oportunidades, que elas são raras e precisam ser agarradas antes que escapem.
Crescemos e realizamos diversos projetos sem nos dar conta de que só estamos aqui por conta das tais oportunidades. Mas quando foi exatamente o momento em que elas surgiram?
Ou então, onde “as benditas” estão que ainda não as encontramos?
PARA ENTENDERMOS UM POUQUINHO SOBRE ISSO, GOSTARIA DE COMPARTILHAR UM ACONTECIMENTO:
Há alguns dias atrás, eu e meu marido, Jober, estávamos procurando um carrinho de pipocapara comprar um saquinho somente com os queijinhos.
No primeiro carrinho, a Baiana (famosa em Lorena, interior de SP) já estava encerrando o expediente. Então caminhamos um pouquinho mais e chegamos próximos ao UNISAL.
Aqui vale abrir um parênteses: (O UNISAL é um Centro Universitário que conta com, mais ou menos, 3 mil alunos no período noturno durante a semana. E onde há estudantes universitários, há carrinhos de pipoca, barzinhos, sorveterias, restaurantes, enfim… tudo o que o público gosta.)
Chegamos até um dos carrinhos de pipoca e pedimos o tal saquinho somente com queijinhos.
O senhor, muito educado, nos disse que, infelizmente, não poderia nos atender e nos contou o porquê:
“Antes eu oferecia a opção de comprar saquinho somente com os queijinhos, sem a pipoca. Aí os estudantes pararam de comprar a pipoca. Como eles gostam de ficar aqui na rua próximos aos bares bebendo, os queijinhos servem como ‘tira-gosto’. Então eu parei de vender assim. Agora só com a pipoca, mesmo.”
FOI AÍ QUE UM AR DE DECEPÇÃO VEIO ATÉ MIM.
Como assim? Se você está vendo que o seu público prefere os queijinhos ao invés da pipoca, talvez seja o momento de mudar o seu produto. Aquilo me pareceu tão óbvio que eu já comecei a imaginar como seria aquele negócio “inovador”: um carrinho de queijinho. Afinal de contas, quem em Lorena tem um negócio desses? Ele teria um produto que atende uma “dor”, que agrega valor ao cliente e, consequentemente, poderia vender a um preço mais elevado que o da pipoca.
Claro que eu não conheço as peculiaridades de se fazer pipoca e de se fazer queijinho, mas valeria, ao menos, uma análise.
Nesse momento eu disse a ele: “Então pare de vender pipocas e venda somente os queijinhos.”
Mas como eu não tenho uma altura suficiente para que alguém leve em consideração as coisas que eu digo, lá está o senhor, com mais um carrinho de pipoca próximo à uma instituição de ensino superior em Lorena.
E, afinal de contas, cadê as oportunidades?