No fundo, estamos sempre fazendo rankings, elevando ou rebaixando pessoas a patamares.
Estamos sempre tentando encaixar alguém numa categoria que leva em consideração não qualidade, mas valor. Somos bons em empacotar gentes.
É como se automaticamente colocássemos uma etiqueta na testa para quantificar quanto vale aquela pessoa, quanto é a sua capacidade de estar nos mais diversos níveis e o que eu vou ganhar com isso.
Levamos em consideração aparência, linguagem não verbal, linguagem, direcionamento sexual, cor, nacionalidade, seguidores no Instagram…
Somos bons nisso. Conseguimos fechar a embalagem em questão de segundos.
Sabemos atribuir o selo de qualidade de acordo com o nosso próprio parâmetro. Aprovado ou reprovado. Merece ou não? A nossa atenção, o nosso tempo, o nosso interesse.
Depois, com o passar do tempo, a tarefa consiste apenas em buscar motivos que reforcem a nossa primeira impressão.
É fácil gostar de uma pessoa que tem algo a oferecer. Gostar de graça de alguém é um atributo para poucos. E esse é também um rótulo.
Foto: Angèle Kamp, via Unsplash