O goleiro devia ser a pessoa mais valorizada numa partida de futebol.
Isso porque agarrar uma bola é uma ação nada natural. Não nescemos para ir ao encontro do perigo.
Pelo contrário. Vivemos tentando afastar-nos da dor e ir ao encontro do prazer.
Quando nos deparamos com algo vindo em nossa direção, a nossa reação instantânea é desviar. Não pensamos nisso. O corpo simplesmente reage.
Nosso instinto de sobrevivência, aquele software que veio de fábrica, foi programado para que livrássemo-nos do perigo. Ir ao encontro da bola é ir contra os nossos intitintos mais primitivos.
Um chute de um jogador profissional pode alcançar uma velocidade média de mais de 100 km.
Levar uma bolada, em qualquer parte do corpo vem como um golpe.
Então o goleiro é uma grande pessoa, a ser admirada mais do que fazemos. Ele é um profissional capaz de reprogramar o cérebro para fazer algo contra natural. Se isso não for motivo de admiração, eu não sei mais o que é.
Tenho de defendê-lo.
Foto: Elio Santos