Não é crítica, é um sentimento. Sentimento de que, na vida, estamos sempre lidando com espaços. Espaços a serem preenchidos, espaços a serem liberados.
Às vezes, uma alta busca por coisas palpáveis vem como uma forma de preencher um vazio. Vazio este que, por mais que venham coisas e coisas, ainda vai ficar um certo vácuo.
É um sentimento de que quando a gente precisa de algo e não sabe como encontrar, se deixa completar com o que aparece. Aí o que aparece, ao invés de preencher, deixa um buraco ainda maior.
Coisas, impressões, caras e bocas… Não sei se essas são capazes de completar ao ponto de curar aquilo que está no mais íntimo incompreendido por nós próprios.
Preenchimento, quando é o contrário… é bom.
Quando está tudo tão cheio de coisas boas, de paz, de tranquilidade, de gratidão, de satisfação… Esse cheio transborda. Transborda tanto que não há mais espaço para nada, nada que possa ser comprado.
Quem muito precisa se preencher é porque ainda não se encaixou dentro de si. Preenchimento.
Foto: Maria Shanina