O mundo não segue a cor Pantone do ano.
Os cafés não são Starbucks.
Os parques não são Disneys.
Os escritórios não são Googles.
Os restaurantes não têm estrelas Michelin.
A vida não é Instagramável.
Você não está num carrossel.
Você não vive em modo boomerang.
Você tem mais rotina do que viagens.
Mais dúvidas do que certezas.
A vida não é Instagramável.
As ruas não passaram pelo Lightroom.
Os mares não são azuis Tiffany.
Não há filtros, não há fundo desfocado, não há Photoshop.
A vida não é Instagramável. É real. Oficial!
A vida lhe faz tropeçar e despentear os cabelos.
A vida lhe dá rasteiras.
A vida tem infinitos tons de cinza.
A vida é, muitas vezes, injusta.
Quando a vida foi inventada não havia rede.
Não havia internet.
Não havia likes.
Não havia algoritmos.
A vida foi feita sem o manual do Instagram.
Se é certo que a vida não é Instagramável,
por que agora tem de se adaptar numa fotografia?
Se é certo que a vida não é Instagramável,
por que as experiências têm de caber num reels?
Se é certo que a vida não é Instagramável,
o Instagram devia ser mais vital.
Mais real.
Mais social.
Não o contrário.
Foto: The Travel Nook