Alguns podem atribuir à incompetência, outros ao destino, muitos avaliam como apenas falta de sorte. Fato é que a rede de supermercados Carrefour vem, ano após ano, sendo assunto nos jornais e a razão não é a das melhores.
Vai haver um dia que Carrefour vai se tornar sinônimo de catástrofe (se é que isso já não ocorre).
Eu tenho uma ‘teoria’ de que o Carrefour vive em uma grande maldição. Não é possível! Tudo o que pode dar errado, deu errado onde? No Carrefour. É cada vez um acontecimento de se espantar e ficar chocado, não só com a empresa, mas com a humanidade. As pessoas estão doentes e sendo levadas a trabalhar no Carrefour.
Sim. É mesmo uma piada com um gosto bem amargo.
Vamos aos fatos (que tive conhecimento) em ordem cronológica.
9 casos inacreditáveis que só acontecem no Carrefour.
1. Agosto de 2009: Caso Januário Alves de Santana
Seguranças da rede agrediram Januário Alves de Santana, vigia e técnico em eletrônica de 39 anos. O fato aconteceu no estacionamento de uma unidade em Osasco. Ele teria sido confundido com um ladrão e foi acusado de roubar o próprio carro.
Manifestantes protestaram no estacionamento da unidade, atribuindo o ocorrido ao fato de o homem ser negro, acusando o Carrefour de racismo.
Texto retirado de Brasil de Fato.
2. Dezembro de 2017: Demissão como retaliação
Trabalhadores do Carrefour que reivindicaram benefício de remuneração por trabalho em feriados foram demitidos da empresa, com a justificativa de corte de gastos. Os funcionários, no entanto, garantiram que os nomes que receberam a demissão estavam envolvidos em movimentos grevistas.
Os funcionários que trabalharam durante os feriados de novembro de 2017 receberam apenas R$ 30 por dia trabalhado, menos da metade do que recebiam antes. Um empregado que recebe R$ 1.290 por mês, ou R$43 por dia, deveria receber R$ 86 por feriado, já que a diária era dobrada nesses dias.
Texto retirado de Brasil de Fato.
3. Outubro de 2018: A latinha de cerveja
Funcionários da empresa, em São Bernardo do Campo, agrediram Luís Carlos Gomes, porque ele abriu uma lata de cerveja dentro da loja. Surpreendido pelos funcionários do supermercado, o cliente reiterou que pagaria pelo item.
Mesmo assim, ele foi perseguido pelo gerente da unidade e por um segurança e depois encurralado em um banheiro, onde recebeu um mata-leão.
Na ocasião, o Carrefour disse, em nota, que “a rede repudia veementemente qualquer tipo de violência e reforça que, constantemente, realiza treinamentos e reorienta suas equipes, a partir da prática do respeito que exige dos seus colaboradores e prestadores de serviço”.
Texto retirado de Brasil de Fato.
4. Dezembro de 2018: Cachorro envenenado e espancado
Um cão que estava no estacionamento de uma das lojas da empresa, em Osasco, morreu após ser envenenado e espancado por um funcionário.
Rafael Leal, da ONG Cão Leal, “um segurança do Carrefour que matou o cachorro. Ia ter uma visita de supervisores da matriz e o dono do mercado, da filial de Osasco, pediu para o funcionário dar um fim no cachorro. Ele deu chumbinho no meio da mortadela, e agrediu o cachorro”.
A rede de hipermercados também não socorreu o animal. “O cachorro foi resgatado com vida todo ensanguentado por uma pessoa que estava perto e socorreu. Ele foi levado para uma clínica veterinária particular, mas morreu em atendimento.”
Texto retirado de Brasil de Fato.
5. Maio de 2019: Controle de idas ao banheiro
A Justiça do Trabalho de São Paulo concedeu liminar pedida pelo Sindicato dos Comerciários de Osasco e Região contra o Carrefour, que estaria controlando a ida dos empregados ao banheiro.
De acordo com o Sindicato dos Comerciários, nas sedes de sete cidades (Barueri, Carapicuíba, Embu, Itapevi, Jandira, Osasco e Taboão da Serra), operadores de atendimento e de telemarketing são obrigados a utilizar “filas eletrônicas” para o uso do banheiro.
Além disso, devem manifestar necessidade do uso, registrando o nome no sistema eletrônico de fila e avisar ao supervisor em caso de urgência.
Texto retirado de Brasil de Fato.
6. Agosto de 2020: Morte encoberta por guarda-sóis
Um promotor de vendas faleceu enquanto trabalhava em uma unidade da rede, em Recife (PE).
O corpo de Moisés Santos, de 53 anos, foi coberto com guarda-sóis e cercado por caixas, para que a loja seguisse em funcionamento e permaneceu no local entre 8h e 12h, até ser retirado pelo Instituto Médico Legal (IML).
Na ocasião, o Carrefour pediu desculpas “em relação à forma inadequada que tratou o triste e inesperado falecimento do Sr. Moisés Santos, vítima de um ataque cardíaco” e afirmou que errou ao não fechar a loja imediatamente após o ocorrido.
Texto retirado de Brasil de Fato.
7. Novembro de 2020: Homem foi espancado até a morte
João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi agredido por um policial militar e por um segurança terceirizado, em uma loja localizada em Porto Alegre (RS). Ambos foram presos em flagrante e são investigados por homicídio qualificado.
Segundo a Brigada Militar, as agressões começaram após um desentendimento entre a vítima fatal e uma funcionária do local. Freitas teria ameaçado bater na funcionária, que acionou a segurança.
Ele teria sido levado para a entrada da loja e teria iniciado o conflito. Logo depois, se tornou alvo do espancamento pelos outros dois homens.
As imagens retratam ainda outros seguranças ajudando a imobilizar a vítima. Após uma série de socos e chutes, o homem, desacordado, foi socorrido por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que tentou reanimá-lo sem sucesso.
Em nota, o Carrefour declarou que iniciou rigorosa apuração interna do caso.
“Para nós, nenhum tipo de violência e intolerância é admissível, e não aceitamos que situações como estas aconteçam. Estamos profundamente consternados com tudo que aconteceu e acompanharemos os desdobramentos do caso, oferecendo todo suporte para as autoridades locais”, diz trecho do comunicado.
Texto retirado de Brasil de Fato.
8. Setembro de 2021: Um funcionário passou o final de semana preso no elevador
Após passar 2 dias desaparecido, um funcionário da rede Carrefour foi encontrado preso no elevador de cargas da unidade, em Santos (SP) na manhã de uma segunda-feira. O homem sumiu após o fim do expediente de sábado e ficou sem se alimentar e beber água durante todo esse tempo.
Mesmo que o supermercado tenha funcionado no domingo, o rapaz só foi encontrado quando o expediente do turno da manhã começou, após cerca de 36 horas preso. A família não chegou a registrar boletim de ocorrência, pois foi orientada a esperar 24 horas, uma vez que o rapaz é maior de idade.
O Carrefour informou que uma equipe de manutenção foi acionada para verificar o que aconteceu para o elevador parar de funcionar. A rede ressaltou que, por ser uma área restrita aos funcionários, é pouco visitada no dia a dia. Além disso, o mercado declarou que instaurou uma investigação para apurar porque “o funcionário supostamente não pediu ajuda”.
“Estamos junto aos familiares para prestar todo o suporte necessário, incluindo apoio psicológico. Ficamos consternados com o ocorrido e estamos apurando o fato internamente”, escreveu o Carrefour.
Texto retirado de Metrópoles.
9. Outubro de 2021: Funcionário é humilhado por gerente enquanto limpa o chão
Um vídeo que circulou pelas redes sociais mostra um vendedor da rede Carrefour sendo humilhado pela gerente, enquanto limpa o chão da loja de joelhos. A imagem foi gravada por uma cliente, que presenciou e se indignou com a cena em Campo Grande (MS).
Nas imagens é possível ver o vendedor Pedro Henrique Monteiro da Silva, de 23 anos, de joelhos, esfregando o chão com um pano. Ao lado dele aparece uma mulher, que parece gravar o funcionário ao mesmo tempo em que diz: “olha aí, só pra você esse cara tem valor. Esses meninos, eles não limpam a casa deles”.
Em nota, a assessoria de imprensa do Carrefour informou que a funcionária foi afastada e que o caso está em investigação.
Texto retirado de G1.
Como é possível? Uma empresa deste tamanho e importância conseguir a ‘proeza’ de passar por tantos casos como estes? Seria um problema profundo, impregnado na Política Organizacional? Seria falha no recrutamento de pessoal e na seleção de empresas terceirizadas? Ou seria mesmo uma maldição?
Talvez o Carrefour seja apenas uma amostra de um problema muito maior: uma sociedade virada do avesso, que não aprendeu ainda muito bem como se define a tríade “missão, visão e valores”.