Se você é odiado por algumas pessoas, ótimo. É sinal de que está sendo, de algum modo, relevante.
Estava lendo uma reflexão que o Fábio Akita fez sobre o alcance dos conteúdos dele na Internet. E foi algo que abriu os meus olhos para algumas coisas. Pensamos que não temos o direito de contrariar alguém, que a aprovação sobre nossa forma de pensar tem de ser aceita unanimemente, que estamos aqui para agradar a todos. Podemos não assumir isso publicamente, mas não lidamos muito bem com a desaprovação. É chato.
E é por isso que nos limitamos tanto, acabamos deixando de nos expressar por causa de medo. Akita menciona, dentre outras coisas, que temos medo que não entendam o que “queríamos dizer”. Isso faz com que tenhamos receio de atravessar algumas linhas.
A mensagem dele foi clara: Você precisa estar disposto a frequentemente contrariar. Esse é o preço para ser relevante.
Não é possível inovar sem destruir alguma coisa. Não é possível ser relevante sem destruir alguma coisa.
O que ele disse me fez lembrar daquela regra que o ódio envolve mais do que o amor, que a crítica te impulsiona mais a deixar uma avaliação do que um elogio, que o erro te motiva mais a comentar que o acerto.
O problema é que muitas pessoas levam essa ideia para outro nível. Acreditam que o que importa é o conteúdo, seja ele bom ou polêmico. “Falem bem falem mal, mas falem de mim”. Não vamos nos aprofundar a esse nível.
Fica aqui a minha dose de reflexão sobre o que aprendi:
Percebi que talvez ser “odiado” por algumas pessoas, faz parte da estatística para ser amado por muitas outras. É o preço que devemos pagar para ter alguma notoriedade. E eu não digo isso, pensando que devemos ser extremos, falar coisas para chocar (ou lacrar), mas sim sermos sinceros conosco e com quem nos ouve. Isso, naturalmente, vai atrair a atenção de mais pessoas que se identificam com a nossa forma de pensar e, consequentemente, daquelas que vão ter o que criticar. Que sejamos razoáveis o bastante para manter uma proporção das opiniões segura. Não se trata apenas de ser “do contra”, mas ter uma opinião e ser corajoso o suficiente para compartilhá-la.
Em grosso modo, o Akita fala que o truque é ‘ganhar’ duas pessoas que te amam para cada uma que te odeia.
Se tentar ter zero pessoas que te odeiam, necessariamente, vai ter zero pessoas que te amam.
Esse texto me acalmou. Fez-me pensar que isso acontece naturalmente, e que tenho de aprender a lidar com aqueles a quem eu não agrado. Isso levo para os textos que escrevo, mas também para as opiniões despretensiosas que dou e para as piadas sem graça que tento emplacar. O medo de ser odiado, pode até servir como um filtro social, mas não uma barreira para a minha expressão. Eu gosto de me expressar.
Como já dizia aquela frase antiga…
As pessoas vão amá-lo pelo que você é, e outras vão odiá-lo pelo mesmo motivo. Acostume-se.
Eu estou me acostumando!
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